Quem quer ter um aquário de água salgada, deve estar ciente que, juntamente com os peixes o aquarista pode também estar adquirindo parasitas. Esses parasitas ocorrem principalmente naqueles peixes que são extraídos de ambientes naturais. Na natureza, não há qualquer tipo de controle e os peixes estão em contato com outros hospedeiros como aves, crustáceos, mamíferos, moluscos e inclusive outros peixes. Esses hospedeiros, podem por sua vez serem hospedeiros definitivos ou intermediários de determinados parasitas.

 Um parasita muito comum em peixes marinhos capturados é platelminto Neobenedenia melleni. Este parasita, não precisa de outros hospedeiros a não ser os próprios peixes, portanto dizemos que se trata de um parasita de ciclo direto.É um parasita visível a olho nu e pode medir cerca de 5 a 6 mm.

Neobenedenia melleni é um patógeno letal para peixes capturados após serem transferidos para aquários. Tem distribuição mundial e baixa especificidade por hospedeiros ou seja, pode parasitar diversas espécies de peixes de água salgada.

Neobenedenia melleni se alimenta no muco e em células epiteliais do hospedeiro, levando a alterações no comportamento, tal esfregar-se contra substratos e rochas devido ao incômodo causado, que pode causar lesões e infecções bacterianas secundárias. Os peixes parasitados geralmente apresentam opacidade de córnea, lesões de pele, cegueira, fraqueza, anorexia, hemorragias, produção excessiva de muco e morte que também pode ser potencializado por infecções secundárias se não tratada.

No momento de adquirir seu animal, certifique-se de que a loja que você vai comprar seu peixinho compre de loja que faça quarentena e tratamento dos animais antes de serem comercializados, para que você não tenha surpresas desagradáveis e leve uma doença para seu aquário que pode ser efeito devastador. O monitoramento constante é muito importante, pois se diagnosticada logo no início, o tratamento é simples e não causa nenhum prejuízo aos peixes. 

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes

 A empresa Ipiranga Peixes Ornamentais possui dois quarentenários credenciados para importação de organismos aquáticos com fins de aquariofilia, sendo um para animais de água salgada e outro para animais de água doce. O transporte internacional de peixes carece de bastante cuidado e atenção, pois no geral os animais podem sofrer bastante se as condições de embalagem e água não forem apropriados. Além disso, outras variáveis como atraso em vôos, desembaraços em aeroportos, podem fazer com que a carga que era pra ter um tempo de viagem de 24 horas, fiquei muito mais tempo embalado, o que pode ocasionar muito estresse. 

Ao chegar na quarentena, é comum observar uma taxa de mortalidade relativamente alta na chegada, o que pode continuar por alguns dias após a soltura. Após soltos, é comum que os animais precisem de pelo menos 12 a 24 horas para se recuperarem e voltarem a ficar ativos. E a partir dai começa um novo desafio, que é fazer com que os animais se alimentem adequadamente e estejam até o final da quarentena comendo ração processada.

Muitos animais importados ainda são provenientes da pesca extrativa (principalmente os peixes de água salgada) e tem uma certa dificuldade em se alimentar logo de cara. E é ai que começa as manobras adotadas pelos técnicos da empresa para que os animais comecem a se alimentar ao mais rápido possível.

Após 12 a 24 horas da chegada, é oferecido apenas alimento vivo como náuplio de artêmia e artêmia adulta, pois se mexem e os peixes por instinto pegam mais facilmente o alimento. É muito difícil eles comerem ração nessas primeiras horas. De 24 a 48 horas após a chegada (geralmente 2º dia), mistura-se juntamente com o alimento vivo ração em flocos para que eles comecem a se acostumar com a opção de alimento processado. Após os peixes começarem a comer flocos, inicia-se a introdução de ração granulada até que eles possam comer adequadamente e já vá para o cliente se alimentando.

Há peixes que mesmo com todo esse processo para adaptação a um novo alimento, demora para pegar alimentos, e esses devem ser identificados para que sejam monitorados até estarem aptos a comerem ração. É importante lembrar também que alguns peixes possuem particularidades, como as borboletas (da familia Chaetodontidae) e os anjos (Pomacanthidae) que comem mariscos tal como vongale, e os Tangs (família Acanthuridae) que na natureza comem algas e no aquário, você pode oferecer acelga ou nori, pois são peixes que possuem o intestino muito longo e precisam estar sempre “pastando” para que o intestino esteja cheio e não atrofie pela ausência de alimento.

Se você decidir ter um peixe, além de saber o comportamento do animal é importante que você saber a particularidade da alimentação de cada um deles para que não seja oferecido comida demais ou de menos, ou até mesmo comida inapropriada. É importante lembrar, que muitos alimentos vivos podem ser transmitir doenças, e caso seja necessário fornecer para os peixes, opte pelo alimentos congelados e que seja de um produtor que produza o alimento com higiene. E se você é nosso cliente, converse com um dos nossos técnicos e entenda mais como funciona o processo de adaptação para alimentação processada.

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes

            As arraias são peixes eslamobrânquios, ou seja, possui a estrutura óssea de cartilagem. Existem espécies de água doce e espécies de água salgada. No aquarismo de água doce é muito comum encotrá-las em aquários de peixes jumbo (peixes de grande porte).

No momento de pensar em ter uma arraia é muito importante estudar quais são as exigências que a arraia possui para que ela viva no aquáraio com bem estar. Se decidiu por uma espécie, procurar em literaturas confiáveis quais são os parâmetros exigidos, qual o tamanho máximo que ela pode atingir, e se o aquário no qual a arraia vai ser instalada possui tamanho adequado. 

Se o aquário não atender às exigências mínimas da espécie escolhida, o melhor e mais prudente a se fazer é desistir da compra, até que você tenha condições de oferecer um ambiente adequado. Mas caso as exigências mínimas sejam atendidas, é hora de pensar onde você vai comprar sua arraia. Escolha uma loja idônea, que trabalhe com animais legalizados e que acima de tudo cuidem muito bem dos animais.

No momento da compra, seja bastante prudente e peça ao vendedor para alimentar a arraia na sua frente, pois é muito importante que ela esteja se alimentando adequadamente para que você tenha sucesso na manutenção em cativeiro.

Após comprar as arraias, é muito comum que elas não se alimentem nos primeiros dias, pois são muito sensíveis a variações nos parâmetros de qualidade de água, o que pode fazer com que o animal fique estressado de início. Na hora de alimentar, opte por alimentos frescos como minhocas ou camarões recém mortos e sem a casca. Caso ela tenha dificuldade em comer no aquário, coloque a minhoca ou camarão em um espeto e tente levar o alimento vivo até a boca, para que ela pegue com mais facilidade. 

Geralmente cerca de dois ou três dias após ela estar se alimentando bem na boca, você poderá alimentá-la apenas adicionando o alimento no aquário sem o espeto que ela logo perceberá e irá comer. É muito importante que seja feito esforços na alimentação nos primeiros dias, e até ela estar pegando apropriadamente o alimento, pois caso contrário a arraia poderá morrer por inanição. Se mesmo com todos os esforços a arraia não se alimentar, ligue imediatamente para o lojista que te vendeu, para saber o que ela estava comendo e qual a melhor forma para alimentá-la.

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes