Filtragem biológica: mídias biológicas

A filtragem biológica é feita por bactérias que utilizam oxigênio para realizar processos como a decomposição de matéria orgânica proveniente diversas fontes. Essas bactérias, benéficas para o ambiente aquático, aderem a substratos e formam colônias (grupos) em superfícies que possuem o mínimo de porosidade, atuando na manutenção do equilíbrio do pequeno ecossistema que é o aquário. De forma resumida, as bactérias responsáveis pela filtragem biológica decompõem a amônia e nitrito (letal para os peixes) em compostos menos tóxicos, nitrato

Normalmente as mídias destinadas a filtragem biológica devem ficar alojadas dentro do filtro logo após a filtragem mecânica, devido a colônia de bactérias já receber água livre de detritos maiores que são retidos pela filtragem mecânica.

As mídias biológicas utilizadas em lagos e aquários, tem como principal função a colonização de bactérias benéficas responsáveis pelo ciclo do nitrogênio. O sucesso do sistema de filtragem está diretamente ligado a qualidade da mídia biológica, pois é através dela que essas bactérias poderão executar o seu trabalho de “remover” moléculas que são tóxicas para os peixes como a amônia, nitrito e nitrato.

Existem muitas opções de mídias biológicas no mercado que apresentam diferentes eficiências, variando de acordo com a área de colonização de bactérias.  

Para ter um perfeito equilíbrio em um aquário é necessário que o filtro biológico já esteja bem colonizado com as bactérias nitrificantes que promovem o ciclo do nitrogênio. Esse processo pode levar mais de um mês e é por isso que não se recomenda colocar os peixes antes da ciclagem do aquário. Com o uso de aceleradores biológicos é possível adicionar os peixes com segurança, no mesmo dia da montagem do aquário sem a necessidade de esperar a maturação do filtro biológico.

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes

Doenças causadas por bactérias em peixes de água doce 

O ambiente aquático é rico em vida microbiológica. Dentre essas vidas, estão as bactérias, que muitas vezes são ubíquas do ambiente aquático. Algumas bactérias estão presentes na água pois fazem parte da microbiota gastrointestinal dos peixes. E quanto mais nutrientes essa água contiver, maior será a proliferação das mesmas. Por isso é importantíssimo, o tratamento da água de recirculação com filtro de luz ultravioleta ou ozonização para que a pressão de carga de bacteriana da água diminua  no ambiente e consequentemente nos animais. 

Muitas bactérias presentes na água tem caráter oportunista, ou seja, elas se aproveitam da baixa imunidade dos peixes, encontram uma porta de entrada e causam infecção, podendo levar a morte. Dentre os sinais clínicos mais comuns de doenças bacterianas em peixes estão a opacidade de córnea que pode ou não estar associado à exoftaltamia, escamas eriçadas, lesões hemorrágicas na pele , podridão das nadadeiras e outros sinais inespecíficos. 

Caso algo se  assemelhe com os sinais clínicos acima, é necessário que o peixe seja isolado e  prontamente tratado em aquário hospital com o uso de antibióticos. E nos casos que for possível, antes da adição do medicamento é muito importante coletar amostras para saber que tipo de bactéria está causando doença nos peixes, pois só assim é possível saber qual o antibiótico mais adequado.

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes

 Nitrato, fosfato e algas
 

Nitrato

O nitrato é um subproduto da oxidação do nitrito durante os últimos estágios do ciclo do nitrogênio e está presente em algum grau em todos os aquários. Detritos, material vegetal em decomposição, filtros sujos, alimentação excessiva e lotação excessiva do aquário contribuem para o aumento dos níveis de nitrato.

Fosfato

O fosfato em aquários (PO₄) são criados no sistema fechado ou importados de fora do aquário. O fosfato é subproduto da mineralização da matéria morta, como plantas, bactérias, fezes, alimentos não ingeridos, são todos contribuintes internos. Todos os organismos vivos contêm fósforo. O fósforo é um elemento importante da vida como um componente das membranas celulares, como fonte de energia e para outros processos bioquímicos. O fósforo é um componente muito reativo, tornando-o prontamente absorvido e geralmente disponível em ambientes aquáticos como um fosfato orgânico ou inorgânico.

Geralmente níveis mais elevados nitrato e o fosfato não geram problemas tão graves para os peixes, desde que bem manejado. Já com os corais é diferente, pois quando você tem uma alta concentração desses dois elementos associado ao excesso de gás carbônico no aquário e nutrientes, há um crescimento excessivo de algas sobre os recifes de corais, que pode perder toda a beleza e biodiversidade. Porém aquários de corais não podem ter níveis zerados de nitrato e fosfato e esse tema será abordado em outra matéria futuramente. 

Escrito por Dr. Pedro Henrique M. Cardoso, Médico-Veterinário Responsável Técnico – Ipiranga Peixes